sábado, 4 de dezembro de 2010

Gestante HIV positivo

Todas as gestantes devem realizar testes para identificação da infecção pelo vírus HIV. É um exame de rotina na avaliação pré-natal. Este exame é particularmente importante, pois existem tratamentos que comprovadamente reduzem a chance de transmissão perinatal (durante a gravidez, parto, amamentação). 
Sem tratamento adequado, estima-se que 15 a 30% das crianças nascidas de mães soropositivas para o HIV (mães que são portadoras do vírus) adquirem o vírus durante a gestação, parto ou através da amamentação. Nas situações em que a grávida segue todas as recomendações médicas, a possibilidade de infecção do bebê reduz para níveis menores que 1%. As recomendações médicas são: o uso de remédios antirretrovirais combinados na grávida e no recém-nascido, o parto cesáreo e a não amamentação. A maior parte dos casos de transmissão vertical do HIV (em que a gestante transmite para o feto) 65% ocorre durante o trabalho de parto e no parto propriamente dito, e os 35% restantes ocorrem intra-útero, principalmente nas últimas semanas de gestação, havendo ainda o risco adicional de transmissão pós-parto por meio do aleitamento materno. Este representa riscos adicionais de transmissão, que se renovam a cada exposição da criança ao peito, e situa-se entre 7% a 22%. Esse risco se eleva, sendo de aproximadamente 30%, quando a infecção da mãe ocorre durante o período de amamentação. Por esse motivo, o aleitamento materno e o aleitamento cruzado (amamentação da criança por outra mulher) estão contra-indicados.

Diagnóstico durante o pré-natal

O teste para HIV é recomendada no 1º trimestre. Mas, quando a gestante não teve acesso ao pré-natal adequado, o diagnóstico pode ocorrer no 3º trimestre ou até na hora do parto. As gestantes que souberem da infecção durante o pré-natal têm indicação de tratamento com os medicamentos para prevenir a transmissão para o feto. Recebem, também, o acompanhamento necessário durante a gestação, parto e amamentação. A identificação de gestantes positivas para o HIV é fundamental para o acompanhamento pré-natal (durante a gestação) e neonatal (logo após o nascimento).

Gravidez depois do diagnóstico

Além de ser um direito garantido por lei, as mulheres soropositivas podem ter uma gravidez tranquila, segura e com muito baixo risco de que seu bebê nasça infectado pelo HIV, caso faça o correto acompanhamento médico e siga todas as recomendações e medidas preventivas.


Um pouco mais sobre AIDS

Sintomas
A Aids não se manifesta da mesma forma em todas as pessoas. Entretanto, os sintomas iniciais são geralmente semelhantes e, além disso, comuns a várias outras doenças. São eles: febre persistente, calafrios, dor de cabeça, dor de garganta, dores musculares, manchas na pele, gânglios ou ínguas embaixo do braço, no pescoço ou na virilha e que podem levar muito tempo para desaparecer. Com a progressão da doença e com o comprometimento do sistema imunológico do indivíduo, começam a surgir doenças oportunistas, tais como: tuberculose, pneumonia, alguns tipos de câncer, candidíase e infecções do sistema nervoso (toxoplasmose e as meningites, por exemplo).

Formas de Contágio
Assim pega:

Sexo vaginal sem camisinha
• Sexo anal sem camisinha
• Uso da mesma seringa ou agulha por mais de uma pessoa
• Transfusão de sangue contaminado
• Mãe infectada pode passar o HIV para o filho durante a gravidez, o parto e a amamentação
• Instrumentos que furam ou cortam, não esterilizados.
Assim não pega:
Sexo, desde que se use corretamente a camisinha
• Masturbação a dois
• Beijo no rosto ou na boca
• Suor e lágrima
• Picada de inseto
• Aperto de mão ou abraço
• Talheres e copos
• Assento de ônibus
• Piscinas, banheiros ou pelo ar
• Doação de sangue
• Sabonete, toalha ou lençóis
Prevenção

Uso da camisinha – Diversos estudos confirmam a eficiência do preservativo na prevenção da aids e de outras doenças sexualmente transmissíveis. Em um estudo realizado recentemente na Universidade de Wisconsin (EUA), demonstrou-se que o correto e sistemático uso de preservativos em todas as relações sexuais apresenta uma eficácia estimada em 90-95% na prevenção da transmissão do HIV. Quanto mais se usa a camisinha menor é o risco de contrair o HIV.

A camisinha é mesmo impermeável?

A impermeabilidade é um dos fatores que mais preocupam as pessoas. Em um estudo feito nos National Institutes of Health dos Estados Unidos, ampliou-se o látex do preservativo (utilizando-se de microscópio eletrônico), esticando-o em 2 mil vezes e não foi encontrado nenhum poro. Outro estudo examinou as 40 marcas de preservativos mais utilizados em todo o mundo, ampliando 30 mil vezes (nível de ampliação que possibilita a visão do HIV) e nenhum exemplar apresentou poros.

Em outro estudo mais antigo de 1992, que usou microesferas semelhantes ao HIV em concentração 100 vezes maior que a quantidade encontrada no sêmen, os resultados demonstraram que, mesmo nos casos em que a resistência dos preservativos mostrou-se menor, os vazamentos foram inferiores a 0,01% do volume total. O estudo concluiu que, mesmo nos piores casos, os preservativos oferecem 10 mil vezes mais proteção contra o vírus da aids do que a sua não utilização.

O dado mais convincente sobre a eficiência do preservativo na prevenção contra o HIV foi demonstrado por um estudo realizado entre casais, onde um dos parceiros estava infectado pelo HIV e o outro não. O estudo mostrou que, com o uso consistente dos preservativos, a taxa de infecção pelo HIV nos parceiros não infectados foi menor que 1% ao ano.

Diante dos resultados desses estudos, realizados por instituições renomadas e de credibilidade, pode-se dizer que o correto e freqüente uso do preservativo contribui de forma eficaz tanto para a prevenção de enfermidades quanto para evitar a ocorrência de gravidez não planejada.

Testes para o diagnóstico da infecção pelo HIV

O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito por meio de testes, realizados a partir da coleta de uma amostra de sangue. Esses testes podem ser realizados nos laboratórios de saúde pública, por meio do atendimento do usuário nas unidades básicas de saúde, em Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e em laboratórios particulares. Nos CTA, o teste anti-HIV pode ser feito de forma anônima e gratuita. Nesses Centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento, antes e depois do teste, feito de forma cuidadosa, a fim de facilitar a correta interpretação do resultado pelo paciente. Todos os testes devem ser realizados de acordo com a norma definida pelo Ministério da Saúde e com produtos registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA/MS) e por ela controlados. Departamento de DST/Aids – Ministério da 
Saúde




fontes

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Câncer ginecológico


O assunto de hoje é um assunto muito temido por todos: o câncer. Trataremos sobre os cânceres femininos. A mulher possui órgãos que o homem não possui. Chamamos o conjunto desses órgãos de trato genital feminino.



O trato genital feminio é composto pela vulva (monte pubiano, grandes e pequenos lábios, clitóris, glândulas de Skene e de Bartholin, meato uretral, fúrcula e períneo), vagina, colo e corpo do útero e pelos ovários. Observe as figuras a cima e ao lado para ver onde cada uma dessas estruturas de localiza.


 


Quando as células desses órgãos crescem desordenadamente elas podem gerar o que se chama de câncer, que é uma doença maligna que pode se espalhar para outras partes do corpo (metástase). Porquê isso ocorre ainda não está esclarecido mas alguns agentes e a composição genética da pessoa podem aumentar a chance  de ter câncer(fatores de risco), como vamos mostrar a seguir.

1) Câncer de vulva
É um câncer raro, representando 5% dos cânceres ginecológicos. Os locais de maior ocorrência são os grandes lábios e em segundo lugar os pequenos lábios, sendo muito raro no clitóris e glândulas. Tem grande taxa de cura quando descoberto no começo, sendo menor quando afeta os linfonodos locais. Geralmente afeta pessoas com mais de 50 anos de idade, exceto quando é causado pelo HPV, que pode afetar pessoas mais jovens. O diagnóstico é feito por biópsia da lesão e o tratamento depende do tipo histológico.

2)Câncer de vagina
Também é um câncer raro, representando 1% dos cânceres ginecológicos. São mais freqüentes quando secundários a outros tumores, tendo como fatores de risco o HPV e a irradiação prévia. Geralmente afeta mulheres entre 45 e 65 anos, que percebem corrimento ou sangramento vaginas. O tratamento depende do tipo histológico e envolve cirurgia e/ou radioterapia.

3)Câncer do colo do útero
É o câncer mais comum nas mulheres, representando 25% dos cânceres em geral. Ele é descoberto no exame de rotina, o papanicolau (citopatológico), tendo como fatores de risco o contato com o HPV (presente em 90% dos casos), as baixas condições sócio-econômicas, o início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros, tabagismo, uso prolongado de anticoncepcionais orais. Dentre as formas de prevenção estão o uso de camisinha, que evita o contato com o HPV durante a relação sexual e a realização de exames ginecológicos anualmente ou de acordo com a recomendação médica, permitindo detectar formas precursoras do câncer. No início geralmente não tem sintomas, podendo com o tempo gerar sangramento vaginal, corrimento e dor. A taxa de cura depende das características do tumor quando foi descoberto, sendo alta quando descoberto cedo.

4)Câncer do corpo (endométrio) do útero
Dentre os cânceres do corpo uterino o mais comum é o de endométrio, que é o tecido uterino que descama e origina a menstruação. O câncer de endométrio é o segundo câncer mais comum, tendo como fatores de risco a obesidade, a exposição prolongada a estrógenos, o diabetes e a idade avançada. Existe mais de um tipo e um dos sintomas importantes que podem indicar câncer do colo do útero é o sangramento pós menopausa. O tratamento pode envolver cirurgia e químio e radioterapia.

5)Câncer de ovário
Embora seja menos freqüente que o câncer de colo de útero, o câncer de ovário é o ginecológico que mais mata, pois, por ter um diagnóstico difícil, é diagnosticado em estágios mais avançados. Tem como fatores de risco a história familiar, sendo que 90% dos casos não apresentam fator de risco conhecido. O diagnóstico é feito por biópsia e pode ocorrer em qualquer idade mas é mais freqüente em mulheres com mais de 40 anos de idade. O tratamento depende do tipo de tumor e de seu estágio ao diagnóstico, representando a quarta causa de mortes por câncer em mulheres.

Consultem seu médico regularmente. Espero ter ajudado!Até a próxima.

http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=341
Aulas ministradas pelas Profa. Dra. Joana de Braga, pela Profa. Dra. Sophie Derchain e pela Profa. Dra. Liliana A. L. De Angelo Andrade em 2010 na disciplina MD644 da Unicamp

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Tipos de parto

 Os 9 meses se passaram, uma nova fase vai começar, mas antes...o bebê tem que nascer! Está quase na hora do bebê chegar e agora, qual parto é o melhor pra mim???Não sei não, acho que é melhor o bebê ficar aqui dentro mesmo...



Primeiro vamos tirar algumas dúvidas.

O que é o parto?
R: O parto é o nascimento do bebê.

Vai doer?
R: Existem muitos mitos em relação à dor do parto. A bíblia diz: "Parirás com dor", mas isso não é sempre verdade. O Ministério da Saúde apoia a humanização do parto, ou seja, tornar o parto o processo mais natural possível, no qual a mulher tenha apoio e por vezes um treino para lidar melhor com as contrações e não sentir a tão temida dor do parto. Estudos mostram que quando há um acompanhante com a gestante o processo de parto é facilitado e menos dolorido.

Quanto tempo dura o trabalho de parto?
R: Pode variar muito mas a média é de 12 horas.

Vou estar sozinha na hora do parto?
R: Não, a presença de um acompanhante na hora do parto é um direito da paciente e facilita o processo para a futura mãe, diminuindo o tempo do trabalho de parto.

O que são Doulas?
R: Doulas são mulheres voluntárias com experiência em ajudar e tranquilizar a gestante no parto. Se você não possui uma acompanhante, ou se prefere alguém com mais experiência na hora do parto, procure uma Doula.

Devo raspar os pêlos pubianos?
R: Não, no máximo deve-se cortá-los, já que o uso de gilete ou cera deixa os poros aberto facilitando infecções.


TIPOS DE PARTOS

1)Parto natural (normal):
   
     Recomendado sempre que possível pois gera menos complicações, uma melhor recuperação para a mãe e menos desconforto respiratório para o bebê do que a cesárea. Ele ocorre da seguinte maneira: a mãe começa a sentir a barriga dura e às vezes uma dor parecida com a cólica menstrual, gerada pela contração do útero, que com o o passar das horas vai ficando mais constante e mais forte, sendo acompanhada por uma sensação de vontade de fazer força (puxo), parecida com a força que se faz ao defecar. Também ocorre, ao mesmo tempo que as contrações, a dilatação do colo do útero, por onde o bebê vai passar, devendo ser de, no mínimo, 10 cm. Quando as contrações ficam bastante frequentes e o colo do útero está dilatado, o bebê se encaixa na bacia da mãe, passando depois pelo colo do útero e finalmente pela vagina. Pode ser realizado se a mãe já tiver feito uma cesárea anteriormente. A prática de enema (procedimento para esvaziar os intestinos) não é mais indicada.

2)Cesárea:

     Recomendada apenas em situação específicas, como quando o bebê é muito grande em relação ao corpo da mãe ou quando a mãe tem pressão alta por causa da gravidez. Por ser um procedimento cirúrgico possui mais riscos para a mãe e para o feto, como uma maior chance de infecções e hemorragias, possibilidade de laceração acidental de órgãos como a bexiga e ureteres ou do próprio bebê.

3)Parto de cócoras:

     É o parto natural feito na posição agachada. Esse tipo de parto necessita que a mãe tenha bastante força nas pernas para aguentar o seu peso nessa posição durante as contrações. As vantagens são que nessa posição a bacia da mãe fica mais aberta, facilitando a passagem do bebê e as contrações são menos intensas e mais constantes, diminuindo a dor.



4)Parto na água:


     É o parto natural feito dentro da água. A mãe fica sentada geralmente dentro de uma banheira e o bebê nasce na água. A água é morna (efeito anestésico) e a iluminação do ambiente é baixa, o que deixa a mãe mais relaxada e com menos dor.


5)Parto na horizontal:

     É o parto natural com a mulher deitada na horizontal. Essa posição dificulta o parto, pois o peso do bebê pressiona os grandes vasos que estão perto da coluna, obstruindo o fluxo de sangue que facilita as contrações.











A escolha do tipo de parto deve ser bem feita, analisando o que é melhor para a mãe e para o bebê e deve ser feito um trabalho de informação e apoio à gestante, desmistificando e tornando o parto mais humanizado e tranquilo possível para a mãe e para o bebê. Afinal de contas, quando ele estiver nos seus braços tudo vai ter valido a pena!


Bom parto!


fontes:



Tratado de fisiologia médica, 11 edição, Arthur C. Guyton e John E. Hall




http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/clipping0102030401.pdf

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

HPV

Há inscrições na Grécia antiga que fazem referência às verrugas comprometendo a área genital, sendo denominadas FICUS. Hoje, o HPV (papilomavirus humano) é a DST (doença sexualmente transmissível) mais comum no mundo. Há vários tipos dos vírus do HPV, mas os mais importantes são os de números 6 e 11 relacionados à formação das verrugas genitais, popularmente conhecidas como “crista de galo”, e os de número 16 e 18  relacionados ao câncer de colo de útero.
O contágio pelo HPV ocorre através de relações sexuais, sendo que na maioria das vezes essa infecção é transitória, devido reação do sistema de defesa natural do organismo (sistema imune) principalmente pelas mulheres mais novas. Assim, a mulher não apresenta qualquer sinal da contaminação. Estima-se que cerca de 80% da população sexualmente ativa entrou em contato com um ou mais tipos do vírus.
Tanto a mulher quanto o homem podem apresentar  verrugas conhecidas  e/ou lesões que não causam qualquer tipo de sintoma na vagina, colo do útero, pênis e ânus, mas podem evoluir para câncer de colo do útero se a mulher não se tratar precocemente, pois alguns tipos de HPV m um papel importante no desenvolvimento de lesões precursoras e do câncer.
A principal estratégia utilizada para detecção precoce da lesão precursora e diagnóstico precoce do câncer no Brasil é através da realização do exame preventivo do câncer do colo do útero, conhecido como exame de Papanicolaou. O exame pode ser realizado nos postos ou unidades de saúde que tenham profissionais da saúde capacitados para realizá-los. As verrugas genitais encontradas no ânus, no pênis, na vulva ou em qualquer área da pele podem ser diagnosticadas pelos exames urológico (pênis), ginecológico (vulva) e dermatológico (pele). A ocorrência de HPV durante a gravidez não implica obrigatoriamente numa má formação do feto nem impede o parto vaginal (parto normal). A via de parto (normal ou cesariana) deverá ser determinada pelo médico após análise individual de cada caso.
O uso de preservativo (camisinha) diminui a possibilidade de transmissão na relação sexual (apesar de não evitá-la totalmente). Por isso, sua utilização é recomendada em qualquer tipo de relação sexual, mesmo naquela entre casais estáveis.

Diversos tipos de tratamento podem ser oferecidos (tópico, com laser, cirúrgico). Só o médico, após a avaliação de cada caso, pode recomendar o tratamento mais adequado.

Dois tipos de vacinas foram criadas com o objetivo de prevenir a infecção por HPV e, dessa forma, reduzir o número de pacientes que venham a desenvolver câncer de colo de útero. Apesar das grandes expectativas e os bons resultados dos estudos, ainda não há evidência suficiente da eficácia da vacina contra o câncer de colo do útero. Uma das vacinas apresenta os tipos mais relacionados ao câncer de colo do útero (HPV-16 e HPV-18). A outra é quadrivalente, previne contra os tipos 16 e 18, presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero e contra os tipos 6 e 11, presentes em 90% dos casos de verrugas genitais. A duração da imunidade conferida pela vacina ainda não foi determinada, visto que só começou a ser comercializada no mundo há cerca de dois anos. Até o momento, só se tem convicção de cinco anos de proteção. O real impacto da vacinação contra o câncer de colo de útero só poderá ser observado após décadas. 
A vacina não é fornecida pelo SUS, assim a mulher que quiser recebê-la terá que procurar uma clínica particular. São três doses (a segunda depois de dois meses da primeira e a terceira 6 meses após a segunda dose) que custam em torno de R$ 500 cada (o valor varia de acordo com a clínica). A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em agosto de 2006 aprovou a vacina para uso em meninas e mulheres entre 9 a 26 anos de idade.


fontes:

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Climatério

O climatério é a fase da vida da mulher em que ocorre a transição do período reprodutivo ou fértil para o não reprodutivo, devido à diminuição dos hormônios sexuais produzidos pelos ovários. É marcado por inúmeras mudanças, mas é um fenômeno normal que faz parte da evolução biológica da mulher. A duração desta fase é variável e geralmente tem início ao redor dos 40 anos e alcança seu ponto mais alto com a menopausa (última menstruação espontânea) que costuma acontecer entre 45 a 50 anos. A partir de então a mulher passa a entrar na fase de pós-menopausa, que dura até a senilidade.
Com o aumento da expectativa de vida, um número cada vez maior de mulheres alcança o período do climatério e conseqüentemente os períodos de menopausa e pós-menopausa. Para que essas mulheres tenham uma vida saudável e com qualidade elas precisam ser orientadas para passarem por esse período de alterações da melhor forma possível.

Mas porque o climatério acontece?

À medida que a mulher envelhece há diminuição da população folicular e do nível hormonal o que determina modificações imediatas e tardias sejam elas endócrinas, metabólicas, somáticas e psíquicas, que são responsáveis pelas manifestações clínicas conhecidas como Síndrome do Climatério. Algumas mulheres podem permanecer sem sintomas, outras, entretanto, apresentam a maioria dos sintomas.
As manifestações podem surgir durante o climatério em associação e intensidade variáveis. As manifestações gerais são fogachos ou ondas de calor (causam vermelhidão súbita no rosto e no tronco, podem aparecer a qualquer hora do dia ou da noite), transpiração, palpitação, cefaléia, tonturas, ansiedade, depressão, insônia, fadiga, alterações da libido e perda da memória. Deve ser salientado que por diminuição do estrogênio (hormônio produzido pelo folículo ovariano em maturação), em uma parcela significativa da população feminina, pode ocorrer atrofia urogenital (o tecido da vagina perde elasticidade e lubrificação, a vagina torna-se mais estreita), podendo surgir desconforto durante o ato sexual. Há outras alterações como dificuldade para o esvaziamento da bexiga e perda involuntária de urina, também podem ocorrer infecções vaginais.
Inúmeros fatores interferem no climatério podendo tornar esse período difícil para a mulher e para a sua família. Participam desse processo as condições gerais de saúde, informações sobre o que é climatério, relacionamento familiar, vida conjugal e sexualidade. As alterações metabólicas como osteoporose (perda da massa óssea que torna os ossos frágeis e mais propensos à fratura), colesterol alto e doenças cardiovasculares são importantes e por isso a mulher deve realizar acompanhamento médico regular para prevenção efetiva das doenças e tratar as já instaladas.

Mas o que fazer?

Todas as mulheres devem tomar cuidados especiais em decorrência das modificações que começam ou se acentuam no período. Devem evitar alimentos gordurosos e calóricos, pois nesse período há maior tendência ao aumento de peso; preferir frutas, verduras e legumes. Alimentos enlatados ou congelados também devem ser evitados, pois prejudicam a massa óssea.
A prática de atividade física moderada é indicada para ajudar a controlar o peso e como relaxamento mental, mas antes a mulher deve ser avaliada para saber qual a intensidade de exercícios que poderá ser realizada.



Os tratamentos

Reposição hormonal continua a ter um papel importante no tratamento de mulheres climatéricas e na pós-menopausa sendo sua indicação o controle dos sinais e sintomas decorrentes da diminuição hormonal.
O tipo de hormônio empregado é importante, pois cada uma apresenta características especiais, devendo-se dar preferência aos que mais se parecem com os hormônios naturais, pois causam menos efeitos colaterais. Mas antes da realização de qualquer tipo de tratamento a mulher deve passar por uma avaliação verificando sua saúde através de conversa com o médico, exame físico, mamografia e exame para avaliação da massa óssea.
Constituem contra-indicações absolutas para Terapia de Reposição Hormonal pacientes com câncer de mama e do endométrio, as portadoras de meningioma (tumor nas meninges - tecido que reveste a superfície exterior do cérebro) e melanoma (tipo de câncer que tem origem nos melanócitos - células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele); pacientes que apresentaram fenômenos de tromboembolismo (obstrução das veias profundas por um trombo - coágulo de sangue) durante uso de contraceptivo hormonal oral (pílula) ou de hormônios na pós-menopausa; doença hepática ou renal aguda; insuficiência hepática ou renal grave; pressão alta severa e diabetes descompensado.
Fitoestrogênios são hormônios de origem vegetal derivados da soja, ricos em isoflavonas, que simulam os hormônios sexuais femininos. A introdução dessa alternativa à terapia hormonal clássica deve-se a observação das mulheres asiáticas que ingeriam alimentos ricos em isoflavonas e constatou-se que essas mulheres apresentavam menos queixas no período climatério.
As evidências científicas existentes, até o momento, sobre os efeitos das isoflavonas permitem reconhecer como viável apenas o seu uso para o alívio das ondas de calor associadas à menopausa e como auxiliar na redução dos níveis de colesterol, desde que prescrito por profissional habilitado, tendo em vista a quantidade e o período de utilização estar relacionado com a condição de saúde do indivíduo e as restrições aos grupos populacionais específicos. Demais alegações das isoflavonas, relacionadas a câncer, osteoporose, reposição hormonal, redução do risco de doenças cardiovasculares não têm comprovação científica suficiente para justificar o seu uso. 
Quanto à substituição de tratamentos convencionais por isoflavonas ou mesmo sua introdução complementar em esquemas terapêuticos, só deve ser feita após avaliação e sob exclusiva responsabilidade do médico responsável pelo tratamento. 



fontes:
Tratado de Clínica Médica - Antônio Carlos Lopes - Volume II - Segunda Edição
http://www.unifesp.br/dpsiq/polbr/ppm/atu3_05.htm